Engraçado como nosso cérebro (e nossa autoestima) já está condicionada a dizer “não” e, caso haja mesmo alguma falha, rapidamente nos culpamos e nos sentimos tristes por isso. Isso é consequência do que chamamos de “Síndrome do Espelho Retrovisor” e é sobre isso que iremos falar hoje.
Costumo dizer nas mentorias e lives que é preciso errar na fase pré-edital. Na verdade, é preciso errar muito antes da prova para, “contraditoriamente” ir bem nela. Apesar de parecer contraditório, é o caminho mais seguro para a aprovação.
Estamos condicionados a não errar. Certa feita, li uma matéria em que uma escola particular havia feito um campeonato e todos ganhariam medalhas. O objetivo era que nenhum dos alunos e competidores se sentissem mal por ter perdido a competição e levasse para casa, ao menos em tese, a sensação de que “o importante é competir”. Ok, até entendo isso. Mas, trazendo pro nosso mundo, depois de reprovações, viagens, dinheiro investido, cursinho, passagens remarcadas (quem nunca)… você realmente acha que o importante é competir ou quer mesmo é ganhar?
Para ganhar, precisamos falhar. É na falha que iremos identificar nossas dificuldades, quais disciplinas estamos travadas, quais medos estamos enfrentando (medo da prova, da decepção, de ficar mais um tempo sem dinheiro e sem trabalho…). E é apenas encarando de frente cada um desses medos que você chegará preparado para o dia da prova. Tem coisa mais frustrante do que fazer tudo “direitinho” e descobrir no dia que você tem alguma dificuldade que poderia ser reparada antes? Às vezes, você é do tipo que se cansa com muitas horas sentada, às vezes não estudou determinada disciplina e no dia veio muitas questões ou talvez tenha uma síndrome de comparação enorme com outras pessoas.
E, por falar em síndrome, talvez você tenha a do “Espelho Retrovisor”: é quando nós condicionamos nossos resultados atuais e futuros ao que aconteceu no passado. Talvez já tenha dito ou pensado “nem vou estudar RLM pq eu já fiz várias provas e sempre vou mal nelas…“, ou seja, condicionando os erros futuros aos anterioes (mesmo ciente de que NÃO estudou o suficiente na época).
E, Pri, como eu posso me livrar disso? Desapegando da necessidade de ser perfeito. Você não é e nem será…nem sou sou, nem ninguém é ou será. Simples assim. E, além de desapegar, agradeça por cada erro cometido. Não falo aqui daquela “gratidão good vibes only a vida é mara“. Não é isso. É errar e falar “ainda bem que vi isso antes da prova”. Pronto. Nosso erro pré prova é NECESSÁRIO para a aprovação.
Te espero depois da posse,
Pri Sertek